Já no clima de Copa do Mundo, o amigo de fretado Jaime Belmiro (que já se revelou um poeta com as palavras), hoje mandou o link do blog de José Roberto Torero, que como ele mesmo disse "publicou seus devaneios futebolísticos". Vale a pena dar um olhada no blog (aqui, ó: http://blogdotorero.blog.uol.com.br/ ), ou ler abaixo:
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Por JAIME BELMIRO*
Pouco se dá atenção aos jogos de decisão do 3º lugar nas Copas do Mundo. Talvez pelo anti-clímax e pela chance perdida de ir a uma final, há uma certa ressaca e parece que o jogo perde até mesmo em seriedade. Já imaginou, no entanto, se os resultados das semifinais fossem invertidos? Teríamos sensacionais finais de Copa e a história do futebol seria completamente diferente, como veremos a seguir:
1930 - Uruguai
Estados Unidos e Iugoslávia fazem a grande final. Os americanos viajaram 28 dias de navio para chegarem às terras charrúas e os iugoslavos, então, 45 dias. Todo esforço está recompensado! Os times entram em campo para a grande final! Ouvem seus hinos, recebem as palmas e, no momento de trocarem cumprimentos, veem que possuem cores semelhantes em seus uniformes, bandeiras e flâmulas. Estão felizes e cansados demais para jogarem por uma Copa. Embevecidos de grande amor, decidem dividir o título daquela primeira Copa do Mundo. A Taça Jules Rimet ficaria dois anos em cada país. Os torcedores que pagaram o ingresso ficam furiosos e vão para casa desolados. São ressarcidos após dezoito meses, sem reajuste. Após este incidente, Copa na América do Sul, só após 20 anos.
1934 - Itália
Na final, Alemanha e Áustria duelam ferozmente pelo título. Só carrinhos por trás e gritos na língua germânica em campo. Os torcedores italianos se cansam e vão embora. A partida foi encerrada aos 20 minutos e a Alemanha foi declarada campeã pelo critério da ordem alfabética.
1938 - França
Quem disse que o Brasil não foi campeão na França? Em 38, o Brasil é o primeiro campeão da América do Sul após destroçar a Suécia, com gol de bicicleta de Leônidas, o artilheiro daquela Copa.
1950 - Brasil
O Brasil fez feio em casa e não conseguiu defender seu título da Copa anterior. Ficou em último no quadrangular final e ainda viu a Suécia vingar-se da derrota na Copa anterior, conquistando o título dentro do nosso quintal e debaixo de nosso nariz.
1954 - Suíça
A Áustria chega a sua segunda final de Copa um pouco mais aliviada, pois se o critério de desempate for o mesmo da Copa de 34, teria larga vantagem sobre o Uruguai, notório frequentador do fundão do alfabeto. Sem essa pressão seu jogo flui e, apesar de ter três jogadores expulsos, vence o Uruguai por 3x1, com dois gols de carrinho e um de canela... sangrando.
1958 - Suécia
Tomados de inveja pela Áustria, os alemães chegam à final contra a França. No entanto, o escrete gaulês é melhor: massacrou o time de Pelé, Garrincha, Vavá, Didi e Djalma Santos nas semifinais, já que tinha um atacante que valia por todos esses jogadores medianos citados: Just Fontaine. A vitória da França na final contra a Alemanha foi na base do três vira, três acaba: 6x3.
1962 - Chile
Euforia em Santiago: o Chile vence a Iugoslávia na final torna-se o segundo sul-americano a conquistar a Copa e o primeiro país a ganhá-la em seus próprios domínios. Memorável a semifinal contra o Brasil em que a torcida chilena gritava "Olé" a cada drible do lateral Eladio Rojas no lento atacante brasileiro Garrincha que, após ser tão driblado, acabou ficando com as pernas tortas.
1966 - Inglaterra
Com um futebol vistoso e com a atuação acima da média do melhor jogador de todos os tempos, Eusébio, Portugal conquista sua primeira e única Copa do mundo contra a União Soviética, vazando por duas vezes a meta do grande goleiro Yashin, o Aranha Negra. O Brasil sente-se prejudicado, já que sua maior esperança, Pelé, se machuca no jogo contra os portugueses. Falta de sorte de um jogador limitado tecnicamente, porém esforçado.
1970 - México
A Alemanha é a primeira bi-campeã mundial depois de vencer o Uruguai, o primeiro bi-vice-campeão mundial por um solitário gol. A seleção do Brasil, que caiu nas semifinais, ficou eternamente conhecida por seu futebol mágico, mas que não era vencedor. Saudades de 38...
1974 - Alemanha
Os países do leste europeu finalmente puderam celebrar a conquista legítima e incontestável de uma Copa do Mundo - a Copa de 30, vencida pela Iugoslávia foi dividida com os Estados Unidas, etc e tal. E a honra coube à seleção polonesa, que frustrou os brasileiros ao vencerem a finalíssima por 1x0. Os jogadores verde-amarelos estavam meio sonolentos em campo. Cogitou-se um complô para que a Polônia vencesse. Foi aberta uma CPI.
1978 - Argentina
Mordido pelo último vice-campeonato e sem querer ouvir falar em Polônia, um Brasil todo desconfigurado e sem a confiança da torcida consegue o impossível: depois de 40 anos, ganha sua segunda Copa do Mundo, vencendo a temida Itália por 2x1. O gol do título marcado por Nelinho é, segundo o próprio, uma homenagem a Garrincha. "A trajetória curva da bola é uma lembranças às pernas tortas de Mané", diz. Quanto à Polônia, os brasileiros fazem piada dizendo que é mais fácil aparecer um papa polonês do que a Polônia ganhar outra Copa. No fim de 78, o polonês Karol Wojtyla é escolhido papa.
1982 - Espanha
Na final contra a França, Polônia bi-campeã mundial, óbvio. Vide 1978.
1986 - México
Michel Platini comanda a França na conquista de seu bi-campeonato. A final, contra a Bélgica foi tensa. Os belgas saíram na frente, os franceses viraram e os belgas empataram a quinze minutos do fim. Na prorrogação, mais dois gols gauleses e festa para os Bleus.
1990 - Itália
"Barba, capelli e baffi" ou barba, cabelo e bigode foi o que a Itália fez em 1990. Foi a sede, foi a campeã e fez o artilheiro da Copa, Salvatore Schillaci. Os ingleses, que haviam chegado à primeira vez à finalíssima estão ouvindo a tarantella até hoje.
1994 - Estados Unidos
Foi uma final antecipada: depois de ser bombardeada durante 89 minutos, a Suécia se segurou e fez 1x0 no derradeiro minuto da semifinal contra o favorito Brasil e credenciou-se à final, contra a surpresa da Copa, a Bulgária. Na final mais fácil de todas as edições 4x0 para a Suécia de Brolin, Larsson e Dahlin.
1998 - França
Pode uma seleção estreante vencer um mundial? Sim, ainda mais se na semifinal houver batido a anfitriã da Copa e se essa anfitriã se chamar França, bi-campeã mundial. A Croácia, recém independente da Iugoslávia esbanjou talento na final contra a Holanda e tornou-se campeã mundia logo em sua estreia.
2002 - Coreia do Sul e Japão
Na primeira Copa sediada por dois países, Turquia e Coreia do Sul fizeram uma final de arrepiar: Os turcos abriram o placar antes de virar o primeiro minuto e estavam vencendo tranquilamente por 3x1 até o finzinho quando a Coreia diminuiu, aos 48 do segundo tempo. O estádio se inflamou, mas logo se cicatrizou, já que o apito final deu o primeiro título à Turquia.
2006 - Alemanha
Se no sábado tivemos um jogo insosso, com Itália e França decidindo o 3º lugar nos pênaltis e com Zidane fazendo o maior papelão, no domingo Alemanha e Portugal protagonizaram mais um capítulo emocionante na história do futebol mundial. Com sua disciplina tática exemplar, os germânicos impuseram seu jogo. O técnico Jürgen Klinsmann deu um verdadeiro nó tático em seu adversário, Felipão, que comandava o elenco português. A vitória por 3x1 consolidou a Alemanha como a maior potência mundial de todos os tempos no futebol. Michael Ballack ergue a Taça Jules Rimet que fica definitivamente em poder dos alemães, pela conquista do tri-campeonato.
*Jaime Belmiro é analista de sistemas e torcedor do Brasil até julho. Depois volta a torcer para o Guarani.
*Grande Jaime....parabéns amigo!
Beijocas